segunda-feira, 17 de maio de 2010

Afeganistão: um inferno para as mulheres

Na revista Veja desta semana, saiu uma reportagem sobre o que é nascer mulher no Afeganistão, um país que saiu do regime talibã. Lá, as mulheres tentam, aos poucos, "ser alguém" nesta sociedade. Tambem fala do sofrimento pelo fato de ser uma mulher afegã, dos casamentos arranjados com homens bem mais velhos dentre outros assuntos. A reportagem é bem comprida, por isso, postei somente um trecho dela. Se quiserem ler mais, cliquem aqui.
(...)
"A prática da autoimolação é um dos sinais mais cruéis de sua magnitude. Entre 2008 e 2009, ao menos oitenta afegãs tentaram o suicídio ateando fogo ao corpo. Na província de Herat, a oeste de Cabul, a incidência desse tipo de episódio é tão alta que o principal hospital da região montou uma unidade para atender exclusivamente a casos assim. Quando a reportagem de VEJA visitou o lugar, havia três mulheres internadas por queimaduras autoinfligidas. Todas tinham menos de 26 anos e eram analfabetas. No Afeganistão, apenas 15% das mulheres com mais de 15 anos sabem ler e escrever. Rahime, de 25 anos, deu entrada no hospital com 35% do corpo queimado. Ela disse que tentou se imolar porque "estava cansada de viver". Contou que se casou aos 10 anos de idade e, desde então, engravidou seis vezes (sofreu três abortos espontâneos). A mãe estava com ela no hospital. Indagada sobre as razões que a fizeram permitir que a filha se casasse tão cedo, explicou que, na verdade, não a deu em casamento, mas foi obrigada a vendê-la. O marido era lavrador em uma plantação de ópio e não conseguia sustentar a família, de oito filhos. "Ficávamos três ou quatro noites sem ter o que comer", afirmou ela. Rahime foi entregue a um comerciante da região em troca de 200 000 afeganes, o equivalente a 4 300 dólares, divididos em dez pagamentos. O comerciante, hoje seu marido, é "bem mais velho" do que ela, mas nem a jovem nem a mãe souberam precisar quanto."
(...)
Fonte: Veja

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...